segunda-feira, maio 29, 2006

Miriam Leitão on line -Semana tera juros em queda e PIB em alta

 Essa semana tem reunião do Copom, com muita chance de haver nova queda da taxa de juros. Desde setembro quando os juros começaram a ser reduzidos, as taxas já caíram quatro pontos percentuais, ou, como diz o mercado, 400 pontos base. O que é bom, mas não é ótimo, porque continuamos tristemente detentores do campeonato mundial dos juros altos. A má notícia é que provavelmente os juros cairão menos do que na reunião de abril. Na última ata do Copom ele falou aquela palavra: "parcimônia". Avisou que os juros cairiam agora com essa tal parcimônia.

Mesmo assim até quinze dias atrás a maioria das apostas era de que haveria um corte no mesmo nível de 0,75 ponto percentual. Agora a previsão mais otimista é de queda de meio ponto. O cenário internacional confuso dos últimos dias tem avaliações diferentes. Tanto no mercado, quanto no governo. Tem gente que acha que o melhor passou e que agora a economia internacional terá novos momentos de tremores como o da semana passada; tem gente que acha que foi só uma chuva de verão e que a economia internacional tem fôlego para continuar crescendo. Já ouvi as duas interpretações tanto no mercado quanto no governo. A grande questão é saber o que é mais importante para o Banco Central: incertezas externas ou o ritmo de queda da inflação? BC tem que olhar a inflação e os índices são todos favoráveis. Semana passada saiu o IPCA-15, e a taxa anual está abaixo da meta. Nos últimos doze meses o IPCA-15 acumula 4,3%. A meta é 4,5%. Portanto, há espaço para queda dos juros. Seja como for, na dúvida o Banco Central será mais conservador, portanto a queda será menor.

Na quarta-feira será divulgado o dado do PIB no primeiro trimestre e será uma boa notícia. O PIB trimestral vai mostrar que o ano será mesmo de crescimento maior do que no ano passado. Haverá recuperação do crescimento tanto na comparação com o ultimo trimestre do ano passado quanto em relação ao mesmo período do ano passado. As previsões do mercado são de 1,3% a 1,4% em relação ao último trimestre do ano passado, o que vai significar um crescimento em torno de 3,5% em relação ao primeiro trimestre de 2005.

Na quinta sairá a balança comercial do mês de maio, e apesar do câmbio e greve na receita o superávit comercial vai manter o acumulado do ano nos mesmos US$ 45 bilhões.