sexta-feira, fevereiro 24, 2006

A descoberta da ambição

VEJA


Algumas pessoas são mais aptas do que
outras para conseguir o que querem. Mas
todas podem aprender a acender a chama
interior que leva ao sucesso


Daniela Pinheiro




Da ambição se pode dizer que é uma força que, ao contrário da liberdade, não termina onde a do outro começa. O ambicioso não enxerga o cume nem quando o atinge. O céu para ele não é o limite. Não é por outra razão que os maiores desastres humanos foram gestados pela ambição sem limites. Em contrapartida, os mais espetaculares saltos intelectuais, científicos e políticos trazem a assinatura de homens e mulheres ambiciosos. Os grandes feitos esportivos, as aventuras, os desbravamentos, as descobertas geográficas que moldaram o mundo são resultado de corações de leão e mentes ousadas turbinadas pela ambição e bafejadas pela sorte. Bem, justamente por ser uma manifestação vulcânica de vontades, a ambição nunca foi considerada um objeto de estudo, muito menos de aprendizado. Agora, ela saiu dos romances de cavalaria, escapou das biografias dos generais, presidentes e reis para o mundo real das pessoas. Ambição é alvo de estudos práticos de psicólogos, educadores e motivadores pessoais. Ensina-se como identificá-la logo cedo nas crianças e como instilar esse magnetismo em grupos de trabalho nas grandes empresas.

Entendida, analisada e domada, a ambição se tornou uma das características mais desejáveis tanto na vida profissional quanto na pessoal.

• Atribui-se à ambição a determinação, a garra e a ousadia que qualquer empresa gostaria de ver em um funcionário. Ou a persistência e a efusividade invejáveis naqueles que venceram na vida.

• Mas a ambição é mais do que isso. É mais do que apenas ter energia e disposição inabalável para superar obstáculos e conseguir se concentrar em um objetivo. É mais do que ter absoluta clareza de como e do que deve ser feito. Não é só saber avaliar com precisão a própria força e a dos potenciais adversários. Certamente, não é apenas ter faro e sorte.

• A ambição é uma combinação explosiva de todas essas características. É algo que, como uma força moral poderosa, norteia as ações de determinada pessoa a cada momento da vida – dos mais simples aos mais complexos, do café-da-manhã ao sono profundo, da escolha dos amigos à ida ao supermercado. O ambicioso é protagonista de um sonho real. Afasta as pessoas que não contam para a sua ascensão. É temido pelas que contam. O ambicioso se sente a cada minuto como um vitorioso que já chegou ao topo – mesmo que tenha dado somente o primeiro passo.

Etimologicamente, ambição, substantivo de raiz latina, é querer ambas as coisas, querer tudo. "É a energia humana que move as pessoas, que as faz avançar e que direciona seus esforços para realizar alguma coisa grande", afirma o americano James Champy, um dos autores do livro O Limite da Ambição, lançado no Brasil em 2000.

Seja por amor, dinheiro, sabedoria, poder, glória ou fama, a ambição move o mundo. Sem ela, Isaac Newton nunca teria superado as dificuldades de uma infância miserável para tornar-se um dos maiores físicos de todos os tempos. Adolf Hitler, Napoleão ou Martin Luther King poderiam ter tido trajetórias de vida banais. Numa realidade mais recente, alguém como Luiz Inácio Lula da Silva nunca teria chegado à Presidência da República. E o que há por trás desse mistério? O que faz com que uma pessoa consiga atingir suas metas e satisfazer seus desejos – mesmo que eles pareçam absolutamente improváveis – e outras não? Que características de sua personalidade e comportamento o distinguem dos demais?

Tais questões têm intrigado psicólogos, antropólogos e cientistas, que passaram a estudar a fundo o assunto. A novidade é que houve muitos avanços e grandes descobertas. As respostas, embora ainda não totalmente satisfatórias, são bem mais aceitáveis do que apenas afirmar que a ambição é para poucos. "A ambição é um impulso humano e é da natureza humana desejar o melhor. Todo mundo quer se destacar em uma área, ser reconhecido no que faz e, sobretudo, alcançar um padrão de vida melhor graças aos próprios esforços", explica o sociólogo Bernardo Sorj, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ou seja: ambição todo mundo tem. A diferença, na avaliação dos especialistas, é que quem tem sucesso parece saber o que fazer com ela. "Eles parecem visualizar claramente o que querem, planejam-se para atingir esse objetivo e acertam na hora de colocá-lo em prática", diz o antropólogo carioca Everardo Rocha, da PUC do Rio de Janeiro.

Sigmund Freud, o pai da psicanálise, interessou-se pelo tema da ambição, como não poderia deixar de ser por parte de um leitor voraz de William Shakespeare. Para Freud, em uma simplificação, a ambição seria mais uma manifestação do complexo de Édipo – a incontornável compulsão para chamar a atenção da mãe. Napoleão que o diga. No auge de seu poder, o imperador dos franceses mandou buscar a mãe, Maria-Letizia, na Córsega para assistir a um desfile militar em sua homenagem em Paris. Todos os filhos sobreviventes da boa senhora tinham sido feitos monarcas por Napoleão – Élisa era a grã-duquesa da Toscana, Louis foi feito rei da Holanda, Jérôme virou rei da Westfália... Conta-se que Maria-Letizia, descendente de um ramo decadente da nobreza de Gênova, analfabeta e sem dentes, não se impressionou e disse: "Muito bom, desde que isso dure". Letizia sobreviveu ao filho ainda quinze anos, morrendo em Roma em 1836. No momento em que se buscam explicações científicas para as mais variadas facetas do comportamento humano, qual o papel dos genes, da família ou do ambiente na formação da personalidade de uma pessoa ambiciosa? Sem dúvida, influenciam. E muito.

Uma das novidades nessa área é que, pela primeira vez, há uma série de estudos comprovando uma forte influência genética na manifestação da ambição. Como ainda é impossível identificar um "gene da ambição", os pesquisadores costumam se valer de testes de habilidades como a persistência – a capacidade de se manter focado em uma atividade até ela ser finalizada – ou a motivação, a palavra científica que designa a ambição. A maioria dos estudos revela especificidades na atividade cerebral e no comportamento de quem é tido como ambicioso. Pesquisadores da Universidade de Washington provaram que estudantes mais persistentes em uma tarefa tiveram uma ativação maior da área límbica do cérebro, responsável pelas emoções. Outra pesquisa que esclarece semelhanças entre os ambiciosos foi feita pelo psiquiatra Joachim Krueger e publicada no suplemento da revista Psychological Science, da Associação de Psicologia Americana. O estudo mostrou que pessoas com grande auto-estima, outra característica comum aos ambiciosos, são também mais persistentes nas tarefas a que se propõem. O geneticista Dean Hamer, do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, defende a idéia de que é possível localizar uma marca hereditária da ambição com base nos estudos com gêmeos idênticos separados no nascimento. "Cada irmão herda de 30% a 50% das características do outro, inclusive traços psicológicos. E a ambição é um deles", disse a VEJA. De acordo com a teoria evolucionista, a ambição também é um traço comum aos animais. A diferença é que um macaco que queira dominar seu grupo o faz, evidentemente, sem consciência de seus atos. "Em qualquer grupo social sempre haverá aqueles mais agressivos que outros na hora de batalhar por algo", afirma o professor Paulo Sérgio Oliveira, do departamento de zoologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Ao que tudo indica, uma atitude positiva na maneira como se foi educado também faz muita diferença. Estimular a confiança, mostrar que correr riscos é saudável, ensinar a lidar com derrotas e, sobretudo, expor as crianças a um leque variado de interesses ajuda – e muito – na formação de um indivíduo confiante e determinado. Há uma corrente na psicologia que defende a idéia de que a ambição pode ser "ensinada" às crianças (veja entrevista). No caso dos adultos, também. Na avaliação dos estudiosos, a origem dos pais e o ambiente sociocultural também contam. É muito comum ver esse traço em famílias de imigrantes. Tome-se o exemplo de Samuel Klein, polonês que chegou ao Brasil em 1952 e fez das Casas Bahia a maior rede varejista de eletrodomésticos e móveis do país. Ou o português Valentim, pai de Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, que começou a vida com uma doceria. Mas o fato de ter nascido rico ou pobre parece pouco influenciar. Também o rico pode virar um empreendedor como Marcos de Moraes, o bilionário filho do ex-rei da soja, Olacyr de Moraes, que enriqueceu mais ainda por méritos próprios.

Pesquisas recentes mostram que o celeiro dos ambiciosos costuma ser a classe média. No best-seller Class: a Guide Through the American Status System (Classe: um Guia Através do Sistema de Status na América), o professor Paul Fussell, da Universidade da Pensilvânia, corrobora a tese. Segundo ele, a razão é que a classe média é também a mais ansiosa, pois ali impera uma insegurança perene em relação a baixar o nível de vida. "É onde se vive pressionado para não cair e esperando a todo tempo ascender", afirma o economista Eduardo Giannetti.

A religião influencia diretamente a percepção da ambição, sobretudo quando diz respeito a querer ganhar dinheiro. No começo do século passado, o alemão Max Weber já havia constatado o fato. Em seu A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, ele mostra como os princípios do cristianismo em sua vertente protestante nortearam a construção da potência hegemônica do mundo atual, os Estados Unidos. Segundo ele, nos países de religião protestante, onde há uma ética que valoriza o trabalho duro e legitima suas recompensas materiais, quem enriquece está prestando um serviço à sociedade e mostrando o seu valor a Deus. Nos países católicos, ao contrário, a ambição chega a ser considerada um pecado, já que pressupõe a busca por uma vantagem pessoal, e não divina. Santo Agostinho, na Oração pelos Filhos, alerta: "Senhor, que o egoísmo e a ambição não os desviem do bom caminho".

"As religiões costumam consagrar períodos históricos. No momento em que se vive em um mundo em que idéias sobre conforto e felicidade, frutos da ambição, são valorizadas, imediatamente igrejas que valorizam tais preceitos surgem com toda a força. É o caso das neopentecostais, como a Universal do Reino de Deus", explica Leandro Karnal, chefe do departamento de história da Unicamp e mestre em ciências da religião. O budismo considera a ambição uma das causas do sofrimento humano. "O egoísmo, a idéia de ter coisas para si, só traz frustrações e infelicidade. Buscamos refrear esse sentimento", diz o monge Ricardo Mário Gonçalves, do Instituto Budista de Estudos Missionários, em São Paulo.

O ambicioso costuma ter aquela certeza inquestionável de quem sabe o que quer e como quer. Aquela firmeza na voz que só os muito autoconfiantes conseguem sustentar. Aquela postura inabalável dos que se sentem predestinados e que parecem ter absoluto controle sobre seu destino. E é por serem exatamente assim que costumam provocar, com igual intensidade, admiração e desprezo. É tênue a fronteira entre ser ambicioso e não se deixar levar pela arrogância ou pela vaidade desmedida. Há incontáveis exemplos de grandes profissionais que se deixaram contaminar pela noção de que tudo é permitido quando se quer conquistar um objetivo. Como disse o escritor e humorista americano Josh Billings, muito popular em seu país no século XIX, a ambição é como a fome: "Sua única lei é seu apetite". Sucumbir à ganância, à megalomania e ao autoritarismo representa o lado mais obscuro da ambição. Cidadão Kane, filme clássico de Orson Welles, é também um épico sobre a ambição desmesurada e suas tentações. Seguros de sua superioridade, ambiciosos como o magnata da imprensa Charles Kane ignoram conselhos, desprezam sugestões, preferem mandar a ouvir e se sentem ameaçados pela opinião dos outros. "O resultado é terrível. O grande ponto é que todo mundo sabe quando passou dos limites. Você sabe exatamente quando foi antiético, mau-caráter e ganancioso", afirma o psicanalista Ernesto Duvidovich, diretor do Centro de Estudos Psicanalíticos, em São Paulo.

Mas e o que dizer daquele sujeito que se aposentou no mesmo emprego com o mesmo salário? Ou daquele que sonha com uma promoção, mas que não faz nada para transformá-la em realidade? Acreditar que existe uma porção da população imune ao fascínio da ambição é um engano. Sabe-se que a energia para vencer é inerente ao ser humano, o que muda é sua meta. Ambição é tanto querer um filho quanto ser feliz ou emagrecer. Não é apenas ganhar dinheiro ou ficar famoso. O que os especialistas no tema reafirmam é que a chave para alcançar o sucesso, seja ele qual for, é descobrir qual é a sua ambição e saber usá-la. Uma maneira de realizá-lo, segundo o headhunter Robert Wong, diretor da Korn/Ferry International, é se fazer três perguntas básicas: Do que eu gosto? Em que sou bom? Os outros estão dispostos a me pagar por isso? "Quem consegue responder a todas as questões pode ter um foco melhor sobre seus objetivos e metas", afirma. A experiência mostra, no entanto, que, quando a ambição é dissociada da busca apenas por dinheiro, as possibilidades de sucesso aumentam. Afinal, é muito difícil fazer bem algo de que não se gosta. Uma pesquisa feita pelo especialista em marketing Mark Albion confirma a tese. Há vinte anos, ele perguntou a 1 500 jovens que concluíam um MBA o que iriam fazer da vida. Oitenta e três por cento responderam que, finalmente, se dedicariam a "ganhar dinheiro". Os outros 17% afirmaram que se dedicariam a algo que lhes desse "satisfação e realização pessoal". Hoje, dos 1.500 jovens, 101 são milionários e, destes, 100 pertenciam ao grupo dos 17%. Portanto, parece que o segredo para ter sucesso material é não se concentrar nele.

Uma situação muito debatida entre os pesquisadores diz respeito às mulheres. Está provado que existem, sim, grandes diferenças biológicas, celulares e de conformação e química do cérebro entre os sexos. Quando se trata de ambição, não há razão alguma para acreditar que a masculina seja maior do que a feminina. No trabalho, a experiência mostra que o apetite de ambos para acertar é muito parecido. No entanto, as mulheres parecem ter imensa dificuldade em admitir ser ambiciosas. "As mulheres temem – e estão certas – que demonstrar ambição signifique expor-se a críticas de toda sorte, que atacam desde sua vida sexual até sua sanidade mental", diz a psiquiatra americana Anna Fels. Em seu livro Necessary Dreams ("Sonhos necessários", sem tradução para o português), ela afirma que as mulheres recebem muitos sinais negativos da sociedade quando assumem buscar o sucesso. A apresentadora Adriane Galisteu concorda. "Você fica com fama de maluca, de mal-amada, de histérica. Eu não me importo mais. Gosto do sucesso, do dinheiro, da minha vida. Quero sempre mais e vou querer sempre, incomode a quem for", diz.

Estudiosos defendem que a maior diferença é a maneira como cada um expressa suas ambições. "Eu diria, grosso modo, que seria assim: elas querem ser, enquanto eles querem ter", afirma Luiz Carlos Cabrera, headhunter da Panelli Motta Cabrera & Associados. Com quarenta anos de experiência, ele garante ser muito mais fácil convencer uma mulher a ganhar menos mas ter um cargo de respeito do que fazê-lo com um homem. "A recompensa material parece ser menos importante para elas do que ter um bom cargo, por exemplo", diz. Uma pesquisa da SSJ Treinamento, com 300 jovens universitários e recém-formados, ressalta a diferença. Na hora de dizer quanto pretendem ganhar daqui a 25 anos, os homens colocam suas projeções em um patamar muito mais alto do que as mulheres. A diferença entre os salários desejados é de 65%. Enquanto elas falavam 10.000 reais, eles arriscavam 16.700 reais. Vários estudiosos defendem a tese de que, na verdade, a ambição feminina pode ser considerada mais ampla. A mulher quer uma carreira, mas também ter um casamento feliz, filhos inteligentes, um corpo bacana e amigos leais. Ou seja: seu leque de prioridades é muito maior – o que seria uma das explicações para tantas superexecutivas abandonarem sua carreira.

Nas empresas, a ambição é praticamente um mantra. Dez entre dez gurus na área de recursos humanos afirmam que sem ela um profissional não vai longe. Ambição pressupõe motivação e vontade de crescer – tudo o que uma corporação valoriza. Uma das empresas onde a ambição constitui um valor arraigado é a AmBev, que está entre as mais lucrativas companhias do país. Lá, é o agressivo sistema de bônus o principal motor da competitividade. Com uma média de idade de 28 anos, os funcionários brigam pela remuneração variável, que pode chegar a catorze salários a mais no ano. Pelas regras do jogo, só a metade deles vai embolsar alguma coisa. Há inúmeros relatos de ex-funcionários sobre um clima predatório de competição e pressão por resultados. "A diferença é que é um jogo aberto. Quem está ali sabe que vai ser sugado, mas quer ganhar dinheiro e pronto. Não há como dizer que é uma fórmula perdedora. Os números da empresa provam o contrário", afirma o headhunter Luiz Carlos Cabrera. No entanto, poucos agüentam muito tempo. Ser o melhor tem um imenso custo emocional. Imaginar-se sempre no topo é uma quimera. Entre milhares de empreendedores, só existe um Bill Gates. O que se sabe é que conseguir identificar suas ambições já é um grande avanço. O desafio é, sem dúvida, superar todas as adversidades que se colocam no caminho. Diz o headhunter Robert Wong: "A grande ambição, na verdade, é saber brilhar dentro de todas as limitações, inclusive das próprias, com ética e integridade. Isso, hoje, por incrível que pareça, é o mais difícil".

A ambição pode ser ensinada

O psicólogo americano Laurence Steinberg, da Universidade Temple, autor do best-seller 10 Princípios Básicos para Educar Seus Filhos, publicado no ano passado no Brasil, garante ser possível ensinar uma criança a ser ambiciosa. Os pais, diz ele, são fundamentais nessa tarefa. Confira trechos da entrevista a VEJA

COMO É POSSÍVEL "ENSINAR" UMA CRIANÇA A SER AMBICIOSA?
A chave é ter expectativas altas, porém realistas. Além de encorajar a ousar, a correr riscos, é preciso preparar para as derrotas. Tudo isso num ambiente de carinho e apoio. A ambição em crianças é altamente associada à imagem que seus pais têm delas. Punir quando elas não correspondem às expectativas é um erro. É preciso entender que tipo de criança ela é e se pode ser cobrada por aquilo. A combinação vencedora é alta expectativa e muito carinho.

QUANDO ESTIMULAR A AMBIÇÃO NA INFÂNCIA DEIXA DE SER ALGO POSITIVO?
Quando a criança é o que os pais querem, e não o que ela quer. Toda criança quer ser realmente boa em algum aspecto da vida. Mas existem muitos caminhos a seguir. É importante que os pais estimulem os filhos a ampliar suas áreas de atuação. Assim, eles podem descobrir várias aptidões. E também é fundamental que os pais sempre passem o conceito de que a ambição jamais pode abandonar a ética.

PAIS SEMPRE QUEREM QUE OS FILHOS SEJAM OS MELHORES, COMO SE SER O SEGUNDO EM ALGUMA COISA TAMBÉM NÃO FOSSE MOTIVO DE ORGULHO.
Não há nada errado em ser segundo ou terceiro. O que importa é a criança ter alguma atividade ou interesse no qual ela queira brilhar. Esforçar-se por "excelência" é mais saudável que se esforçar para ser "o melhor", já que um número muito limitado de pessoas será o número 1. Eu preferiria ter uma criança que fizesse 95% de um teste e não fosse o primeiro aluno da classe a ter uma que fizesse 80% das questões, mas fosse o primeiro.

Lailson Santos

Giovanni Bianco
Quem é: diretor de arte
Ambição: filho de feirantes, queria trabalhar com moda e publicidade
O que fez: é responsável por toda a programação visual da última turnê da cantora Madonna
O que quer agora: fazer um filme. E ser premiado com o Oscar

André Schiliró


Adriane Galisteu
Quem é: apresentadora de TV
Ambição: desde criança, queria ser modelo famosa
O que fez: lançou um livro sobre o namoro com o piloto Ayrton Senna, converteu-se em celebridade e tem um salário de 500 000 reais por mês
O que quer agora: ser líder de audiência em seu horário e incomodar a Rede Globo

Antonio Ribeiro

Paulo Coelho
Quem é: escritor
Ambição: queria ganhar dinheiro vivendo só de literatura
O que fez: vendeu 65 milhões de livros em 150 países
O que quer agora: continuar exatamente como está


Pelé

Quem é: o maior jogador de futebol em todos os tempos
Ambição: passou a carreira estabelecendo metas para superar os próprios recordes. Quando foi bicampeão do mundo, redobrou os treinamentos para ser tri. Quando foi artilheiro da maioria dos campeonatos de que participou, quis atingir o milésimo gol. E assim por diante
O que fez: é o único tricampeão mundial de futebol, marcou 1 281 gols e foi eleito o "Atleta do Século XX"
O que quer agora: criar bem os filhos e ter saúde

Mario Rodrigues

Britney Spears
Quem é: cantora pop
Ambição: sempre quis ser uma cantora de sucesso
O que fez: seus quatro álbuns ficaram meses nos primeiros lugares das paradas de sucesso. Vendeu 76 milhões de discos e acumulou uma fortuna estimada em 150 milhões de dólares

Bill Clinton
Quem é: ex-presidente dos Estados Unidos e líder global
Ambição: aos 16 anos, conheceu John Kennedy, na Casa Branca. Nessa ocasião, pela primeira vez, pensou em tornar-se presidente da República
O que fez: durante seu governo, os EUA viveram um dos períodos de maior crescimento econômico de sua história

Napoleão Bonaparte
(1769 - 1821)
Quem foi: imperador da França
Ambição: dominar a Europa continental e "civilizar" o resto do mundo
O que fez: dominou quase toda a Europa. As bases napoleônicas do direito, da administração, das finanças públicas e da condução das guerras são influentes até hoje

Adolf Hitler
(1889 - 1945)
Quem foi: líder nazista responsável pelo extermínio de milhões de judeus durante a II Guerra Mundial
Ambição: unificar todos os povos de língua alemã e criar um Reich (império) na Europa que deveria durar 1 000 anos
O que fez: lançou o mundo em uma guerra mundial que deixou a Europa em ruínas

Cleópatra
(69 a.C. - 30 a.C.)
Quem foi: rainha do Egito, símbolo da beleza, sedução e inteligência femininas
Ambição: manter o Egito longe da dominação romana
O que fez: entregou-se a César e, depois da morte do imperador, a Marco Antônio, com quem tentou em vão dominar tanto o Egito quanto Roma

Você é ambicioso?

Para cada frase, escolha
seu grau de concordância

1 - Ser o segundo no meu círculo profissional me deixaria mal. Trabalho para ser o primeiro
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

2 - Aliás, sei que nasci para liderar
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

3 - Não é tão difícil ter sucesso na vida. Quem discorda disso é preguiçoso
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

4 - Costumo repetir a frase: "Se você não cuida do seu, ninguém vai cuidar"
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

5 - Meu apetite pela competição é acirrado
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

6 - Numa reunião de trabalho, quando alguém discorda de mim, faço de tudo para provar meu ponto de vista antes que o encontro termine
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

7 - Não sou do tipo que fica sentado no sofá só anunciando planos. Quando quero algo, planejo, vou e faço
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

8 - Para conseguir cumprir metas, sou capaz de demitir a equipe inteira se notar que ela está fazendo corpo mole, mesmo que todos ali sejam meus amigos
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

9 - Desde criança, ouço amigos e familiares dizer que sou uma pessoa determinada
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

10 - Não me importo de ir a um jantar com gente chata, desde que lá eu possa conhecer alguém que me ajude profissionalmente
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

11 - Concordo em fazer hora extra. Sei que meu chefe vai se lembrar disso na hora de uma promoção
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

12 - Venho de uma família em que vencer na vida é um valor reafirmado desde a infância
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

13 - Se criticam meu trabalho ou um projeto meu dá errado, não esmoreço. Aceito os comentários como uma motivação para meu crescimento pessoal
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

14 - Numa reunião em que vários executivos da empresa têm a palavra, procuro ser o último a falar, para melhor rebater os argumentos de todos
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

15 - Quando me proponho a fazer uma tarefa, mesmo que seja algo chato, vou até o fim
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

16 - Em cinco anos, sei que vou ocupar o cargo do meu chefe
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

17 - Meu ideal de felicidade é pensar que fiz tudo – tudo mesmo – o que planejei fazer na vida
Discordo totalmente
Discordo em parte
Não concordo nem discordo
Concordo com restrições
Concordo plenamente

TOTAL

RESULTADO

Acima de 48 pontos
Você provavelmente se vê como o centro do mundo. Tem facilidade para exprimir suas idéias e opiniões. Mas cuidado com o individualismo: o risco de você se decepcionar ou acabar criando inimizades entre os que o cercam é alto

De 33 a 48 pontos
Está muito claro que você é sua própria prioridade. Isso é uma característica positiva, mas atenção para não perder o limite e avançar o sinal sobre os valores comuns ao seu grupo

De 16 a 32 pontos
Até que ponto suas idéias sobre ambição e objetivos pessoais estão claras? Deixar a vida guiá-lo, ao contrário de guiar a própria vida, é algo que pode engessar seu destino. Saiba que você pode, deve e tem de ousar

Até 15 pontos
Será que ter uma meta e planejar cumpri-la é um problema para você? Ser perseverante, saber colocar em prática seus sonhos, é algo que só tende a trazer grandes resultados pessoais

Fonte: Tania Casado, diretora do Centro de Carreiras da Faculdade
de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP)