ESTRATÉGIA CHINESA
A China vai se transformando no terceiro maior mercado automobilístico do mundo, atrás dos EUA e do Japão. Estima-se que a venda de veículos atinja 5,5 milhões de unidades em 2005. Além disso, o país quer ser um dos grandes exportadores globais de carros, com marcas próprias e preços competitivos.
A partir de 2007, a estatal Chery Automobile, oitava montadora da China, começará a vender cinco modelos nos EUA -para os quais promete preços 30% menores que os da concorrência. A empresa já desenvolveu um veículo popular, vendido a US$ 3.000 -cerca de R$ 7.200.
Além da Chery, as montadoras privadas Great Wall e Geely atuam de maneira independente no mercado interno, sem associação com as empresas transnacionais instaladas no país. A Geely pretende aumentar em 20 vezes sua produção anual até 2015, quando espera fabricar 2 milhões de veículos, sendo dois terços destinados à exportação.
Além de desenvolver suas próprias multinacionais, a China é o país que mais atrai investimentos das grandes montadoras globais. Com isso, passa a exportar mais carros do que a importar. Entre janeiro e outubro, as vendas ao exterior aumentaram 133,5%, com saldo positivo de 7.000 veículos. No total, as exportações devem atingir 125 mil unidades.
A produção ainda é de baixa qualidade, mas o país oferece boas condições para a indústria -como escala, baixas taxas de juros e câmbio competitivo. Nesse quadro, os fabricantes poderão se capacitar tecnologicamente e ganhar expressão global.
O fato de a China rapidamente galgar posições no cenário econômico global não significa que seu modelo de desenvolvimento possa ou deva ser imitado por países como o Brasil. Mas não há dúvida de que há lições a retirar dessas estratégias vencedoras do gigante asiático para enfrentar a dura competição entre as grandes empresas globais.