sábado, outubro 22, 2005

veja Diogo Mainardi

Diogo Mainardi
Na falta de assunto, Caetano

"O fato é que Caetano não gosta de VEJA.
Mas ama Moby, Mangabeira Unger e Mainardi.
Não sei se devo me sentir lisonjeado. Moby
é aquele músico que pediu perdão a Chávez.
Mangabeira é aquele candidato da Igreja
Universal que convidou José Dirceu
a dar aulas em Harvard"

Caetano Veloso mandou um artigo para um blog, falando mal de VEJA. Ele falou mal de VEJA porque VEJA falou mal do Moby. Quase no fim do artigo, ele fez um comentário a meu respeito. Não é a primeira vez que isso acontece. Todo ano Caetano Veloso me dá uma canja. Já faz parte do meu folclore pessoal. Exatamente da mesma maneira que roubar já faz parte do folclore do PT, como afirmou o recém-eleito presidente do partido, Ricardo Berzoini. No ano passado, Caetano Veloso me chamou de "abacaxi com caroço". Até hoje não entendi o significado do apelido. Agora, no artigo para o blog, ele declarou: "A glória de Mainardi contra Lula é merecida. Mainardi, com seu cinismo que só serve para desembaraçar a cabeça de quaisquer preocupações (ou inspirações) maiores, terminou citando sempre dados majoritariamente comprováveis".

A primeira parte do comentário de Caetano Veloso eu entendo: "A glória de Mainardi contra Lula é merecida". É verdade. Ele tem inteira razão. Façam como ele: aplaudam-me. Reverenciem-me. Eu mereço. Fico me jactando o tempo todo. Fico repetindo, dia e noite, há quatro meses, que sou o maioral, que sou o bambambã, que sou o sabichão. Meus familiares já não me suportam. Meus colegas de VEJA também não. Atualmente, todos os colunistas, de toda a imprensa, atribuem-se o mérito de ter alertado os leitores sobre a desonestidade de Lula e do PT. Eu quero que saibam que guardo no arquivo do computador as provas do adesismo de cada um deles. Os únicos que não caíram no golpe da quadrilha lulista foram as "contrafações paulistas de Paulo Francis", como diria Caetano Veloso.

A segunda parte do comentário de Caetano Veloso a meu respeito é bem mais enigmática. Leiam-na novamente. Analisem-na com atenção. Que cinismo? Que desembaraço? Que cabeça? Que preocupações (ou inspirações) maiores? Que dados majoritários? Não tenho certeza, mas acho que a intenção de Caetano Veloso era elogiar-me. Se o interpretei corretamente, ele pretendia dizer que sou um bufão, mas um bufão que sempre diz um monte de verdades. O fato é que Caetano Veloso não gosta de VEJA. Mas ama Moby, Mangabeira Unger e Mainardi. Não sei se devo me sentir lisonjeado. Moby é aquele músico que pediu perdão ao ditador venezuelano Hugo Chávez pela eleição de George W. Bush. Mangabeira Unger é aquele candidato presidencial que, recentemente, se filiou ao partido da Igreja Universal e convidou José Dirceu a dar aulas em Harvard. Mainardi é aquele humorista que quer derrubar Lula.

Mandei uma mensagem a Caetano Veloso. Perguntei-lhe o que de pior ele teria a dizer sobre Lula. Se ele responder, publico aqui, na semana que vem, caso falte um assunto melhor, como aconteceu nesta semana.