folha de s paulo
BRASÍLIA - Traduzindo em miúdos o que o atual presidente do PT, Tarso Genro, tem dito sobre o partido:
1 - Lula, hoje, pode ir tirando o cavalinho da chuva porque a reeleição é um sonho do passado;
2 - Palocci jamais seria um candidato à altura para, numa eventualidade, digamos assim, substituir Lula na cabeça de chapa petista de 2006;
3 - O motivo é simples: a política econômica é neoliberal, não garante o crescimento nem é fiel às promessas históricas do partido;
4 - O partido se imiscuiu no governo e deu no que deu;
5 - É preciso depurar o PT, a começar pelo próprio Campo Majoritário, que é quem ganha as eleições internas nos últimos anos, dá as cartas e fez todas essas lambanças. O esquema Valério, por exemplo;
6 - Ou seja: é preciso defenestrar para todo o sempre José Dirceu, o maior líder do PT, mentor das "alianças".
Bem, Tarso Genro diz tudo isso, e importantes líderes petistas concordam, como o próprio ex-ministro e secretário-geral Ricardo Berzoini, além da esquerda em geral. Se eles dizem e acham, o que nós, meros mortais -ou meros eleitores- temos a dizer? Só nos resta concordar.
Se você estiver procurando quem defenda o PT, o governo e Lula com unhas e dentes, é melhor esquecer o próprio partido. Que tal consultar o ministro Mares Guia (Turismo), que é do direitoso PTB? Ou que tal ler um sujeito que se assina como "Caia Fitipaldi" na internet? Ou, ainda, um outro que manda não sei quantos e-mails diariamente para os jornais, o Eduardo Guimarães?
Você, filho ingrato, pode até achar que a "Velhinha de Taubaté" morreu de morte morrida pelas mãos do seu criador, o escritor Luiz Fernando Veríssimo. Mas não morreu, não. Ela continua acreditando piamente no PT, no governo e em Lula, como em todos os governos. Só não é petista.
Mas, se quiser encontrá-la, desista de procurar no PT. O clima, ali, é de guerra. Uma guerra para sobreviver.