BRASÍLIA - O custo foi altíssimo -moral, político e pecuniário. E tudo por nada. A CPI dos Correios está criada, com a ajuda dos aliados. Mais uma das inúmeras derrotas que o governo Lula vem colhendo nos últimos meses.
Essa, porém, foi a maior de todas as surras sofridas pelo presidente. Afinal, a turma de Lula jogou-se de corpo e alma -e algo mais- para barrar a CPI dos Correios.
Abriu os cofres a parlamentares chantagistas, ameaçou aliados renitentes com perda de cargos e até suplicou socorro a inimigos como o peemedebista Anthony Garotinho.
Protagonizou ainda um espetáculo melancólico perto da meia-noite de anteontem, a hora fatal para sepultar a CPI. Petistas esbaforidos carregavam listas de deputados arrependidos pedindo a retirada de suas assinaturas. Mas não sabiam se tinham atingido o número suficiente para engavetar a comissão.
Uma desorganização completa. E logo na mais importante batalha política já travada pelo governo contra a oposição. No final, os petistas foram derrotados, principalmente, pelos próprios petistas.
Na contagem extra-oficial, faltariam entre nove e doze assinaturas a serem retiradas. Mas só no PT 14 deputados contribuíram com a proposta de CPI da oposição. Sem falar em seis do PC do B de Aldo Rebelo.
Serão acusados de traidores. Vão responder que são coerentes com seu passado. Têm razão. A incoerência está do outro lado do balcão, naqueles que antes gritavam por CPI e agora se ajoelham para derrubá-las.
Coerência mesmo quem teve foram os pretensos aliados que assinaram a CPI e, depois de um gentil pedido do governo, recuaram.
Boa parte fez o jogo de sempre: chantageou o presidente em momento de fraqueza. O que há de novo, agora, é que tem chantagem, liberação de verbas e cargos, mas, mesmo assim, o governo sai derrotado.
folha de s paulo
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