terça-feira, maio 24, 2005
Mirem-se no exemplo
Esta é para inspirar tucanos e pefelistas em seus discursos a favor da CPI dos Correios. É divertido lembrar o que as principais lideranças petistas diziam sobre CPIs, no governo Fernando Henrique:
*"Eu diria que o presidente está tomando uma posição de covarde. Quem não deve não teme." Declaração de Lula, em agosto de 2000, cobrando do então presidente Fernando Henrique a criação da CPI sobre o ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge.
*"Um presidente da República não pode aparecer em público e impedir uma CPI como está fazendo o Fernando Henrique, até porque não é apenas uma denúncia, são muitas." Lula, em abril de 2001, durante a tentativa de criar a CPI mista da Corrupção.
*"Pretendemos continuar as investigações e mostrar que a CPI tem de ser de verdade e não uma encenação. Precisamos mudar o sistema financeiro brasileiro. Vamos tentar até a última hora (uma comissão mista)". José Dirceu, presidente nacional do PT, em abril de 1999, quando os petistas pressionavam para que a CPI dos Bancos fosse transformada em comissão mista.
*"Esse assunto tem de ser esclarecido. Essa questão de abafar a CPI dos bancos só no Senado é um caminho perigoso, porque vai parecer cumplicidade do governo e do Senado diante de fatos graves". José Genoino (PT-SP), em abril de 1999.
*"O governo está agindo como réu confesso ao pressionar contra a CPI". José Dirceu, em maio de 1997. Na época, o PT defendia a CPI para apurar suspeitas de compra de votos na emenda da reeleição.
*"Em vez de atacar a oposição, o deputado [Arthur Virgílio] deveria ter a dignidade de assinar o pedido de CPI para investigar um governo que escondeu as fitas e que aceita o afastamento dos envolvidos sem apurar toda a suspeição de fraude na privatização." Aloizio Mercadante, em novembro de 1998, atacando Arthur Virgílio (AM), então secretário-geral do PSDB, sobre o pedido de CPI para investigar os grampos telefônicos no BNDES, na época da privatização das telefônicas.
*"Somente uma CPI tem poderes para quebrar sigilos e aprofundar as investigações. A corregedoria só vai pegar os pequenos corruptos porque não disporá dos mecanismos para apanhar os grandes ladrões." Deputado Walter Pinheiro (PT-BA), então líder do PT na Câmara, em abril de 2001, criticando a criação da Corregedoria-Geral da União, hoje ocupada por Waldyr Pires.
*"Mesmo sem as assinaturas, a CPI não morre. O governo vai continuar com uma espada na cabeça. Vamos explorar isso até o último dia do mandato do presidente FHC. Ele não vai se livrar da corrupção e nós vamos insistir nas assinaturas." Walter Pinheiro (BA), em abril de 2001, sobre a CPI da Corrupção.
*"Os governistas vão conviver com a marca da corrupção até o primeiro domingo de outubro de 2002" [data do primeiro turno das eleições presidenciais]. Walter Pinheiro, em maio de 2001, ao explicar o programa de tevê do PT, no qual ratos saíam da tocam e roíam a bandeira nacional.
*Slogan da campanha publicitária do PT, deflagrada em maio de 2001, com vistas a colar a imagem do governo FHC à corrupção já de olho nas eleições presidenciais de 2002: "Ou a gente acaba com eles ou eles acabam com o Brasil". Logotipo da campanha: "Xô corrupção. Uma campanha do PT e do povo brasileiro".
BlOG Ricardo Noblat
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, usou a pesquisa deste blog sobre o que diziam Lula e outros líderes petistas a respeito de CPIs, durante o governo Fernando Henrique. As frases foram postadas aqui no final da manhã desta terça-feira.
ResponderExcluirEm discurso no plenário e sem revelar os autores, Virgílio leu as declarações, algumas contendo insultos pesados, como se estivesse fazendo as acusações a Lula.
O líder do governo, Aloizio Mercadante, revidou indignado. O tucano, então, voltou à tribuna e esclareceu que as frases não eram dele contra Lula, mas de Lula e dos líderes petistas contra FHC.
Arthur Virgílio aproveitou para lembrar que, durante os oito anos do governo tucano, o PT e os partidos de oposição conseguiram instalar 32 CPIs no Congresso Nacional, divididas em comissões mistas, da Câmara e do Senado.
BLOG Ricardo Noblat