"Parece que agora tudo tem explicação. O Palácio do Planalto está promovendo uma ofensiva de divulgação para dizer que o presidente Lula não queria dizer o que ele realmente disse.
Ou ainda, que, quando disse o que disse, o que Lula realmente pretendia era "propor uma aliança nacional contra os juros altos que travam o crescimento da economia".
Deixe ver se eu entendi. Segundo esta versão que está sendo insistentemente veiculada pelo Planalto, o presidente da República não quis agredir a classe média quando foi grosseiro, deselegante e simplório.
Ainda segundo o Planalto, Lula não revelou um desconhecimento primário da vida de 90% dos brasileiros que ele governa, quando demonstrou ignorar completamente a situação dos correntistas de bancos e as atividades bancárias.
Não. Segundo esta versão do Planalto, foi tudo de propósito. Lula queria mesmo era chocar os interlocutores para "propor uma aliança nacional contra os juros altos que travam o crescimento da economia".
Ah, bom. Se é assim, tudo fica mais simples.
O trabalhador que vive de contracheque depositado em banco e paga tarifas escorchantes para serviços básicos não precisa se sentir agredido.
Da mesma forma, a classe média não precisa se sentir esbofeteada e pode continuar sentada para assistir aos improvisos do presidente Lula.
Tudo isso, e mais as acusações contra o ministro Romero Jucá, a gastança do governo com funcionários em cargos de confiança, o aparelhamento da máquina pública para empregar companheiros petistas, o escândalo Waldomiro Diniz, que atuava dentro do Palácio do Planalto, o fracasso da reforma ministerial, a dificuldade de demitir subordinados incompetentes, enfim, tudo isto poderá ficar definitivamente esclarecido a partir de amanhã, depois das 10:30h da manhã.
Depois de se negar durante dois anos e meio de mandato, o presidente da República vai finalmente conceder uma entrevista coletiva à imprensa brasileira.
É uma oportunidade imperdível para que muitas perguntas comecem a encontrar respostas.
Frente a frente com jornalistas, Lula poderá esclarecer estes e outros pontos que ainda imploram por uma explicação."
BLIG Ricardo Noblat
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