Marcelo Medeiros
O ministro José Dirceu ao explicar a contratação de cerca de 45 mil funcionários públicos e a criação de cerca de 1.500 cargos comissionados, com um aumento de 44% na folha de pessoal, teve a desfaçatez de afirmar: ''É fato que aumentamos os gastos com pessoal, mas porque era uma demanda da modernização e do crescimento do país e não porque estamos desperdiçando gastos''.
O ministro omitiu que mais de 10 mil desses servidores contratados não foram submetidos a concurso público. Foram nomeados por apadrinhamento dos políticos petistas. É claro, com prioridade para os que perderam as eleições.
Na mesma semana em que o ministro José Dirceu tentava justificar os gastos em nome da modernização do país, dois idosos enfartaram e morreram de tanto esperar nas filas de atendimento do INSS, no Rio de Janeiro.
No gabinete de Lula, o número de funcionários subiu de 2.500 para 3.400. As despesas, de 2002 a 2004, cresceram 186,7%.
Segundo o jornalista Augusto Nunes é o ''Projeto Desemprego Zero para a Companheirada''.
Fernando Henrique Cardoso, em oito anos de governo, reduziu em 180 mil o número de funcionários públicos.
''Os gastos do governo são desproporcionais aos serviços prestados. Além disso, pelo que é recolhido de impostos, é inadmissível tamanha baixa eficiência da máquina do Estado'', adverte Paulo Francine, diretor da Fiesp.
Outro descalabro é o uso abusivo de cartões de crédito por funcionários da Presidência da República. Quarenta e oito servidores, conhecidos como ecônomos do Planalto, são titulares de um cartão de crédito corporativo. O objetivo era o de facilitar o pagamento de gastos com autoridades e de materiais e serviços urgentes da Presidência.
O absurdo é que os cartões de crédito vêm sendo usados, com mais freqüência, e em volumes crescentes, para saques de dinheiro, nos caixas do Banco do Brasil.
Em 2004, oito funcionários sacaram, com seus cartões de credito, cada um deles, mais de R$ 250 mil em dinheiro vivo.
O ministro Marcos Vilaça, do Tribunal de Contas da União (TCU), em recomendação feita à Casa Civil da Presidência da República, pede que seja observado o caráter excepcional da realização de saques com os cartões de crédito. ''A transparência dos gastos deixa de existir quando o pagamento das despesas é feito em espécie''.
O presidente Lula em recente decreto, ignorou as recomendações do TCU e ampliou o uso dos cartões de crédito. Foram proibidos os saques em dinheiro, para o pagamento de passagens aéreas.
Nos dois primeiros anos do governo de Luís Inácio Lula da Silva, os gastos com cartões de crédito da Presidência da República somaram R$ 16,7 milhões. Deste montante os saques em dinheiro alcançaram mais de R$ 6 milhões.
O Gabinete de Segurança Institucional se nega a dar qualquer explicação sobre as movimentações com os cartões de crédito da Presidência. Alega que o fornecimento destas informações não é permitido por questões de segurança.
É de estarrecer também o aumento dos gastos com passagens e diárias. Em 2004 custaram aos cofres públicos R$ 1,2 bilhão. Um aumento de 28% em relação a 2003. Somando-se esse valor ao custo do AeroLula (R$ 126 milhões), atinge-se o montante de R$ 1,326 bilhão. Isto é: um AeroLula a mais do que o governo gastou, em 2004, com saneamento: R$ 1,2 bilhão.
Só com a Presidência da República, os gastos com passagens e diárias somaram mais de R$ 20 milhões.
Calcula-se, em Brasília, que as milhas voadas pelos integrantes do governo do PT dariam para fazer mais de 35 mil voltas ao mundo.
Com a compra de automóveis de luxo importados e acessórios, o governo gastou R$ 439,7 milhões, mais 44,6% do que em 2003, segundo os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI).
Lula afirmou que não haverá a farra do boi no ano eleitoral de 2006. E não precisa. Ela já existe.
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