segunda-feira, março 28, 2005

Folha de S.Paulo - Editoriais: REMESSAS DO EXTERIOR - 28/03/2005

O Brasil tornou-se o segundo país latino-americano que mais recebe remessas de recursos de residentes no exterior. Em 2004, ingressaram no país US$ 5,6 bilhões. O México continua sendo o principal destinatário, com US$ 16,6 bilhões.
Ao todo, 25 milhões de imigrantes latino-americanos enviaram US$ 45,8 bilhões para suas famílias em seus países de origem durante o ano passado, de acordo com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O valor apresentou um crescimento de 20% em relação a 2003.
O banco estima que 75% das remessas totais de recursos (US$ 34 bilhões) tiveram origem nos EUA -e 12% na Europa. O Japão também se tornou uma fonte relevante de remessas para o Brasil e para o Peru, enquanto o Canadá teve participação expressiva nos fluxos para a Jamaica e o Haiti. Em alguns países da América Central e do Caribe, as remessas de não-residentes se tornaram a principal fonte de ingresso de moeda estrangeira. São recursos que, de fato, têm se revelado uma fonte de renda considerável para famílias pobres da região, ajudando-as a melhorar suas perspectivas econômicas.
Para que se tenha um idéia da importância desses recursos, eles equivalem a 82% dos investimentos estrangeiros diretos direcionados para os países da América Latina e Caribe, que somaram US$ 56 bilhões em 2004, segundo a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina).
Uma característica interessante desses fluxos é sua permanente elevação nos últimos anos, mesmo em períodos recessivos, em contraste com as oscilações dos investimentos estrangeiros diretos, que tendem a acompanhar os ciclos econômicos.
Se por esse ângulo as remessas constituem um aspecto positivo, por outro elas explicitam as dificuldades das economias mais pobres em absorver sua população no mercado de trabalho e evidenciam a concentração do dinamismo global em centros mais desenvolvidos, que se tornam pólos de atração de imigrantes.

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