sábado, novembro 21, 2009

Radar Lauro Jardim


ljardim@abril.com.br

Governo

Recado aos ministros

Andrew Medichini/EFE

Antes da hora
Lula: recado para que os seus ministros se desincompatibilizem
em janeiro


Se depender de Lula – e ele tem começado a dizer isso aos mais próximos, talvez para mandar recado –, o calendário de saída do governo dos ministros que disputarão as eleições será antecipado para janeiro. Lula acha que, se os novos ministros assumirem em abril, o ano tenderá a ficar rachado em dois, o que poderia atravancar a máquina governamental e atrasar obras que precisam ser concluídas.

O problema é que todos os atuais ministros querem ficar até o último dia permitido. Se pudessem, aliás, sairiam à meia-noite de 3 de abril. Ou seja, a menos que Lula bote todo mundo para fora, o que é improvável, os ministros farão cara de paisagem sobre o assunto. A um interlocutor, o presidente disse com jeitão irônico: "Eu estava pronto para ficar mais quatro anos; não vou ficar. Então, que pelo menos me deixem governar 2010 inteiro".

Vai dar França 1
Até o fim do mês, Lula recebe o relatório da FAB sobre a bilionária compra dos 36 caças. Mas, e se o relatório apontar os aviões americanos ou os suecos como melhores que os dos franceses, com quem o Brasil já se acertou? Não há essa chance. Precavido, Nelson Jobim já costurou com a Aeronáutica um relatório que analisará tecnicamente cada equipamento, mas sem caráter conclusivo. Ou seja, não dirá que uma proposta é superior às outras. A compra dos caças será o último ato do "Ano da França no Brasil".

Marcos D’Paula/AE

Precaução
Jobim acertou com a FAB um relatório
que não causará dor de cabeça ao governo

Vai dar França 2
No encontro privado que teve na semana passada com Nicolas Sarkozy, Lula pediu-lhe que apertasse a Dassault, fabricante dos Rafale. Nas negociações finais com os brasileiros, a Dassault quis rever algumas condições de pagamento. Lula reclamou. Sarkozy prometeu enquadrar a empresa.

Brasil

A endividada Petro-Sal
A Câmara aprovou na quarta-feira a criação da Petro-Sal, mas dias antes Edison Lobão teve a certeza de que é bom esquecer esse nome. Lobão havia ligado para o potiguar Carlos Guerra, dono de uma microempresa já registrada como Petro-Sal, e apelara para o sentimento patriótico do empresário. "O Brasil precisa desse nome. O senhor será convidado para a festa de criação da empresa e será citado em discurso por mim e pelo presidente Lula", prometeu Lobão. Guerra topou, mas pediu um favorzinho: "Eu queria que o governo pagasse umas dívidas da minha empresa...". Lobão cortou a conversa com um "o senhor está de brincadeira" e desligou. Conclusão: vem aí a PetroBrasil.

Dividido ao meio
Só agora, em pleno século XXI, o acesso à rede de esgotos chega à metade da população brasileira. Segundo um estudo sobre saneamento que a FGV/RJ lança na terça-feira, o Brasil atingiu 50,9% de domicílios com saneamento básico. Quem compulsa a pesquisa nota um dado curioso em relação à rede de esgotos das capitais brasileiras: Salvador tem 92,5% dos domicílios com acesso à rede de esgotos, mais do que a rica São Paulo, que aparece com um porcentual de 90%. São, respectivamente, a segunda e a terceira capital com melhor índice nesse levantamento. A campeã é Belo Horizonte (97,4%).

Economia

O K da TAM
O nome de Ricardo K, ex-presidente da Brasil Telecom, está praticamente definido como o novo número 1 da TAM. As negociações estão quase no fim. Oficialmente, no entanto, K nega que esteja indo segurar o manche da companhia.

Casa própria com cartão de crédito
Alguém aí imaginou pagar as prestações da casa própria com cartão de crédito? Pois é, agora pode. A inusitada forma de pagamento está sendo inaugurada pela construtora paulista Cury, associada à gigante Cyrela e focada nas classes C e D. Na prática, funcionará assim: em vez de parcelar em quatro vezes o valor da entrada do imóvel, pode-se dividir o pagamento em até dez vezes no cartão. Além disso, o limite do cartão servirá para compor a renda do comprador.

Televisão

Nas madrugadas até 2015
A Globo acaba de renovar o contrato de Serginho Groisman por mais seis anos.

Divulgação

Jogo duro
A negociação para levar obras de
brasileiros ao Kindle já começou

Livros

Negociação em bloco
A Amazon não vai ter vida fácil na tarefa de levar livros de autores brasileiros para o Kindle. As editoras brasileiras se uniram e resolveram negociar em bloco – assim como fizeram os espanhóis. Já decidiram que não aceitarão dar exclusividade ao site de vendas da Amazon.