sexta-feira, abril 25, 2008

Operação da PF prende o advogado Ricardo Tosto. Acusação: desvio de recursos do BNDES

A Polícia Federal prendeu, nesta quinta, Ricardo Tosto, um dos medalhões da advocacia brasileira. Ele é acusado de integrar um esquema de desvios de verbas do BNDES — Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social — de que é conselheiro, representando a Força Sindical. Em um único empréstimo, diz a Polícia, o desvio chega a R$ 130 milhões. Há outra concessão de R$ 220 milhões sob investigação.

O mais curioso é que a PF chegou ao caso investigando prostituição e tráfico internacional de mulheres, na “Operação Santa Tereza”. Segundo se comenta entre os policiais federais, num telefonema, Tosto comentou o esquema com uma prostituta.

Ele já foi advogado de grandes estrelas da política brasileira, como Paulo Maluf e José Dirceu.

É, vamos ver. O BNDES precisa mesmo examinar direitinho não só a sua área de concessão de empréstimos como a de renegociação de dívidas, né?

É Tosto do Paulinho, não Tosto do Maluf


Data vênia, é uma impropriedade, acho eu, chamar Ricardo Tosto, preso na Operação Santa Tereza e acusado de integrar um grupo que desviava recursos do BNDES, de “advogado de Maluf”. Não nesse caso. Até porque ele advogou para José Dirceu também. No banco, está como conselheiro indicado pela Força Sindical. Desta vez, parece que Maluf está fora. Tosto e sócios contribuíram para a campanha de políticos do PDT. Um deles, Eduardo Maffia Nobre Queiroz, é tesoureiro do diretório estadual do partido, cuja principal liderança é o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), o “Paulinho da Força”. Outro dos dez presos, João Pedro de Moura, é ex-conselheiro da central e ex-assessor do deputado. Tosto já foi visto mais de uma vez negociando pelo PDT de São Paulo em nome de “Paulinho”.