sexta-feira, dezembro 28, 2007

Retrospectiva 2007 | Brasil

E ele ainda riu da nossa cara

Ailton de Freitas/PR

Por seis meses, Renan Calheiros agarrou-se à cadeira da presidência do Senado com a obstinação dos loucos e o cinismo dos déspotas. Acusado de malfeitorias de toda ordem, reveladas por VEJA e pelo Jornal Nacional (a saber: uso dos serviços de um lobista para pagar, com dinheiro de origem incerta, pensão à filha que teve fora do casamento; apresentação de documentos irregulares para justificar a origem desses recursos; favorecimento de empresa com dívidas junto ao INSS em troca de benefício para o irmão; grilagem de terras; uso de laranjas na compra de emissoras de rádio; e intimidação de senadores dispostos a aprofundar as investigações de todas essas denúncias), o senador do PMDB manteve o semblante impassível em público, enquanto, em privado, dedicava-se a vasculhar sordidezas – reais e forjadas – de seus pares, para chantageá-los e impedir que cassassem seu mandato. Acabou conseguindo. Com a ajuda do governo e da pusilanimidade de parte dos parlamentares, foi absolvido duas vezes em votações – sempre secretas – no plenário.

Renan Calheiros riu por último, mas nunca mais voltará a ter o peso político que ostentou enquanto ocupou a presidência do Senado. Sua contribuição para a já desmoralizada imagem do Congresso, no entanto, ficará para a história.

O furacão Mônica


Paulo Vitale

Começou como um problema de casal, ou melhor, de ex-casal: ex-apresentadora de TV, Mônica Veloso teve uma filha com o senador Renan Calheiros. Separou-se dele e passou a pleitear, na Justiça, um aumento de pensão para a criança. No meio da confusão – que a essa altura já havia virado um problema familiar, visto que o senador é casado há 28 anos com Verônica Calheiros –, Mônica contou a VEJA que o dinheiro da pensão lhe era entregue por um lobista muitíssimo ligado a uma empreiteira. O problema, que era de casal, e passou a ser de família, tornou-se, então, nacional. Mônica provocou um furacão em Brasília. Quando, afinal, ele cessou, Renan havia virado ex-presidente do Congresso e ela, uma figura tão pública quanto a tatuagem que enfeita o seu derrière – e que foi exibida, em todo o seu contexto, em um ensaio publicado em outubro pela revista Playboy (150 exemplares vendidos em quatro horas nas duas bancas do Congresso Nacional).

Em 2008, Mônica, autodenominada "a jornalista que virou notícia" – título das palestras que pretende dar pelo Brasil –, espera voltar à televisão, inaugurar um site, um blog e continuar baseada em Belo Horizonte, onde voltou a morar desde julho. "Brasília, por enquanto, está fora da minha rota", diz ela. As vítimas do vendaval respiram aliviadas.

Um segundo tempo melhor que o primeiro


Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem

A oncinha segue bebendo água. As pesquisas de opinião atestam que metade da população considera o governo de Lula ótimo ou bom. Surpreendentemente, seu desempenho atual é ainda melhor do que no primeiro mandato – algo raro na política mundial. A popularidade do presidente alimenta-se não só de sua sintonia com o povão, como pelo estado geral do país. As estimativas indicam que a economia cresceu mais de 5% em 2007. Lula tem pouco do que reclamar. Seu único revés ocorreu em dezembro, quando o Senado rejeitou a prorrogação da CPMF, o imposto do cheque. Mas o presidente assimilou bem o golpe. Não esperneou e, melhor, prometeu que não baixará pacotes fiscais demasiado pesados, para compensar a perda de receita. O céu é de brigadeiro, mas o horizonte se turva um pouco quando o assunto é sucessão. Lula não tem entre os petistas um candidato natural para substituí-lo. Apreensivo com a possibilidade de ter de ceder o poder, o PT tenta convencer o presidente a buscar um terceiro mandato. Lula, contudo, nega com veemência essa possibilidade. E nada leva a crer que ele esteja só jogando para a platéia. Até agora, o craque vem mostrando enorme disposição para ganhar o jogo no tempo regulamentar, sem precisar apelar para uma prorrogação.

A dama do PAC


Fabio Motta/AE

No governo, só deu ela. Dilma Rousseff começou 2007 como gerente do PAC e terminou como candidata a candidata à sucessão do presidente Lula. À poderosa ministra-chefe da Casa Civil – substituta do ex-insubstituível José Dirceu – foi delegada, em janeiro, a tarefa de gerir o conjunto de medidas que, montado para "destravar" a economia e acelerar o crescimento econômico do país, pretende também ser o grande trunfo do segundo mandato de Lula – e carro-chefe da campanha petista nas eleições presidenciais de 2010, na hipótese de dar certo. O desempenho da ministra tem agradado ao presidente, que a ungiu porta-voz informal das boas notícias. Coube a Dilma anunciar a descoberta do poço de petróleo Tupi e o início das transmissões da TV digital (que, dada a estréia desapontadora, não se mostrou exatamente uma boa nova, mas isso já é outro assunto). Como ainda faltam três anos para Lula ir assar seu coelhinho em casa, é cedo para dizer se Dilma será ou não convocada para defender as cores petistas nas urnas. Antes disso, a gerente do PAC terá de continuar matando um leão por dia.

Joaquim Barbosa, o gigante do Supremo


Andre Dusek/AE

O Supremo Tribunal Federal levantou o tapete da impunidade com o qual o governo e o Congresso queriam cobrir a sujeira do mensalão. No fim de agosto, a corte acolheu a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, e abriu processo contra os integrantes da máfia que comprou apoio para o governo Lula com dinheiro desviado dos cofres públicos. Com coragem e precisão, o relator do caso, Joaquim Barbosa, descreveu o papel de cada um dos quarenta integrantes da quadrilha e os crimes por eles cometidos. Nas sessões que começaram a definir a sorte dos mensaleiros, o ministro agigantou-se aos olhos de todos os brasileiros que estudam e trabalham. Sua atuação não foi ofuscada nem mesmo quando emergiram, durante o julgamento, intrigas e inimizades entre integrantes do Supremo. Soube-se, por exemplo, que Ricardo Lewandowski e Eros Grau (na foto, atrás de Joaquim Barbosa) não se bicam de jeito nenhum. Eles não precisam se amar, é claro, basta que votem com responsabilidade. Foi o que fizeram no caso dos mensaleiros.

O horror


Guilherme Pinto/Ag. O Globo

Em fevereiro, o assassinato de João Hélio Vieites, de 6 anos de idade, deixou o país inteiro em estado de choque. Preso pelo cinto de segurança do carro, o menino foi arrastado até a morte, por ruas da Zona Norte do Rio, pelos bandidos que haviam roubado o Corsa Sedan em que ele viajava com sua mãe, Rosa, e a irmã, Aline. No enterro de João Hélio, o país inteiro chorou com sua família. Passados dez meses da tragédia, os assassinos do menino ainda não foram condenados. A acusação de latrocínio contra Carlos Eduardo Toledo Lima, de 24 anos (o assaltante que guiou o carro e chegou a ziguezaguear com ele na tentativa de livrar-se do corpo do menino), e Diego Nascimento da Silva, seu comparsa de 19 anos, aguarda sentença judicial desde o dia 31 de outubro. "Os pais me ligam todos os dias para saber se a decisão saiu, não conseguem nem trabalhar", diz Gilberto Fonseca, advogado da família. Quanto ao muito que se disse e se prometeu no auge da comoção causada pelo crime, muito pouco se fez no final. No Congresso, que chegou a anunciar uma "guerra contra a bandidagem", apenas duas leis foram aprovadas: uma que torna mais dura a punição para quem comete crimes hediondos (mas que, na verdade, é mais branda do que a que vigorava em 1990) e outra que dobra a pena para bandidos que recrutam menores de idade. É muito pouco diante da praga criminal que assola o Brasil.

O inferno é aqui


Divulgação

Até janeiro deste ano, o céu parecia ser o limite para Estevam e Sonia Hernandes, líderes da igreja Renascer em Cristo. Fundada em 1986, a Renascer ocupava um respeitável terceiro lugar no ranking das maiores igrejas evangélicas do país, tinha 120 000 fiéis no Brasil e cerca de 1 500 templos, no país e no exterior. É verdade que seus fundadores já andavam enrolados com a Justiça, mas, ainda assim, a vida era só prosperidade para o autonomeado "apóstolo" e a auto-intitulada "bispa". Entre apartamentos, fazendas, haras, casa nos Estados Unidos, quinze carros e depósitos em contas bancárias, o patrimônio do casal já beirava os 130 milhões de reais. Tudo começou a ruir depois que, no aeroporto de Miami, os Hernandes foram flagrados em pecado mortal pela alfândega americana. Os oficiais encontraram 56 000 dólares escondidos na mala, na mochila do filho e até dentro de uma Bíblia. Para manter a tradição brasileira, só faltava dólar na cueca. Julgados, foram condenados a 140 dias de prisão cada um, a ser cumpridos alternadamente – primeiro ele, depois ela. A temporada do apóstolo no xadrez americano termina agora em janeiro – quando começa a da bispa. Mas o purgatório dos Hernandes não se encerra aí. Caso não consigam revogar uma ordem de prisão preventiva que vigora contra eles no Brasil (por estelionato e lavagem de dinheiro), serão presos novamente tão logo pisem em solo nacional. Para o casal Hernandes, não resta mais dúvida: assim como o céu, o inferno pode ser aqui.

Caos aéreo: mais um aniversário


Alberto Takaoka/AE

Em 2006, a aviação brasileira teve paralisação de controladores de tráfego, atrasos generalizados nos vôos, filas quilométricas nos aeroportos e pelo menos um grande acidente, que matou 154 passageiros da Gol. E como foi a situação em 2007? Bem... Os controladores desafiaram o governo com uma sucessão de operações-padrão, 40% dos vôos em território nacional registraram atrasos no primeiro semestre, 14 milhões de passageiros foram prejudicados por demoras, cancelamentos ou overbooking e outro grave acidente ocorreu, desta vez com um avião da TAM (199 mortos). A única diferença é que o saldo do ano incluiu a falência de uma empresa aérea, a BRA, que deixou uma dívida de 170 milhões de reais e 70 000 passageiros na mão – clientes que já haviam comprado seus bilhetes e não puderam voar (a Anac, com sua habitual inoperância, foi pega de surpresa pelo episódio). Na semana passada, às vésperas dos feriados de fim de ano, um em cada quatro vôos em território nacional já registrava atraso superior a uma hora. Feliz 2008? Neste caso, pelo menos, é difícil acreditar.

A maior tragédia da aviação nacional


Evelson de Freitas/AE

Dezessete de julho, às 18h51. Um Airbus A320 da TAM, proveniente de Porto Alegre, atravessou a pista do Aeroporto de Congonhas sem conseguir frear. O avião saltou sobre o platô no qual o aeroporto foi construído, passou por cima de uma avenida e se espatifou contra um prédio que pertencia à mesma companhia. As 187 pessoas que estavam a bordo e outras doze que trabalhavam no edifício morreram no choque e no incêndio que se seguiu. Foi o maior desastre da história da aviação nacional. A tragédia ocorreu apenas dez meses depois de um Boeing da Gol cair com 154 pessoas, no coração da Amazônia. Como a maioria dos acidentes aéreos, o de São Paulo teve muitas causas. A pista estava molhada, era curta demais, não dispunha de área de escape nem de ranhuras que facilitam a frenagem. O jato vinha muito pesado e um de seus reversos estava travado. Mas o erro principal foi cometido na cabine de comando. O comandante Kleyber Lima deveria ter colocado a turbina que estava com o reverso quebrado em ponto morto. Em vez disso, deixou-a na posição de aceleração. Depois do desastre, a TAM e a Airbus reorientaram os pilotos para casos de reverso travado e implantaram nos aviões um sinal sonoro para evitar falhas como essa. As medidas vieram tarde demais.

A queda da charuteira


Dida Sampaio/AE

A leniência com o caos aéreo ganhou uma imagem simbólica no ano que passou: a de Denise Abreu, então diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), fumando charuto numa festa de casamento em Salvador, enquanto o mundo caía nos aeroportos brasileiros. A charuteira ocupava uma das quatro diretorias da instituição. Mandava mais do que o ex-presidente da agência Milton "Mala Perdida" Zuanazzi. Ela entrou no governo pelas mãos do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, seu amigo de faculdade. No início do governo Lula, Dirceu a nomeou sua assessora e a incumbiu de acompanhar a fracassada fusão da Varig com a TAM. No setor aéreo, atribuía-se a indicação de Denise para a Anac a essa experiência. Depois, soube-se que tinha conexões mais íntimas com a aviação. Seu irmão, Olten, advogava para a TAM na Suíça. Também se descobriu que ela havia ludibriado a Justiça paulista para favorecer as companhias aéreas. O caso ocorreu em fevereiro. A corte julgava uma ação que restringiria pousos em Congonhas durante chuva forte, situação em que ocorreu o acidente com o avião da TAM. Denise evitou a proibição com o argumento de que a Anac já havia imposto regras semelhantes. Para provar o que dizia, apresentou um simples estudo como se fosse uma norma já em vigor. Demitiu-se quando a artimanha veio à tona, mas não escapou de um processo por improbidade administrativa. Sua passagem pela Anac foi marcada, ainda, pela grosseria. "Vocês são inteligentes. O avião caiu de 11 000 metros de altura. O que vocês esperavam? Corpos?", disse a charuteira aos parentes das vítimas do Boeing da Gol abalroado pelo jato Legacy.

Marco Aurélio – mas pode me chamar de Top Top


Reprodução/Ag. O Globo

Em meio à comoção nacional, uma comemoração infame: ao saber que uma falha mecânica no avião da TAM era a provável causa do acidente que matou 199 pessoas em julho, em São Paulo, o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, fez o gesto pelo qual por muito tempo será lembrado. Marco Aurélio Top Top Garcia não notou que estava sendo filmado pela Rede Globo quando reagiu de forma grotesca à notícia que, a seu ver, livrava inteiramente o governo da responsabilidade no acidente. O gesto causou indignação inversamente proporcional à punição recebida pelo assessor: uma advertência da Comissão de Ética do governo e só.

Velho amigo do presidente Lula, Garcia divide com o chanceler Celso Amorim algumas missões relacionadas à política externa. Ele nutre predileção pelas que incluem caudilhos latino-americanos e outras obsolescências. Até setembro, era o nome preferido do presidente para comandar o PT. Não chegou nem a disputar as eleições. O partido o considerou muito "palaciano", e Garcia – top, top – teve a candidatura vetada.

Menos pirotecnia, mais verdades


Tony Gentile/Reuters

A visita do papa Bento XVI ao Brasil era para ser um grandioso espetáculo da fé. Seria a primeira viagem do pontífice para fora da Europa. Na Basílica de Aparecida, no interior paulista, ele abriria a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Sua passagem seria coroada pela cerimônia de canonização de frei Galvão, o primeiro santo nascido no Brasil. Tudo ocorreu como o esperado, exceto pela ausência do grandioso espetáculo da fé que caracterizou as três visitas de João Paulo II ao Brasil. A Igreja esperava que 70 000 jovens acorressem para ver o papa no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Foram apenas 40 000. Dias depois, 350 000 fiéis deveriam acompanhar sua missa em Aparecida. Só apareceram 150 000. O motivo principal parece ser mesmo a falta de carisma de Bento XVI. Ele dá a impressão de se sentir deslocado em meio a multidões ou sob a luz dos holofotes. Faltou grandiosidade ao espetáculo, mas não firmeza. Em momento nenhum o papa arrefeceu a defesa dos princípios morais. No final das contas, a visita ao Brasil foi um bom resumo dos objetivos do seu pontificado: menos pirotecnia e mais verdades da Igreja – ditas a poucos e bons católicos.

A cara do Senado (antes da CPMF)


Celso Junior/AE

Com sua vasta cabeleira em desalinho, a voz rouca e o estilo histriônico, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) encarnou melhor do que ninguém o espírito da pantomima encenada no Congresso ao longo do interminável escândalo Renan Calheiros. Salgado nunca apresentou nenhum projeto de lei relevante nem jamais foi agraciado com um mísero voto (era suplente do hoje ministro Hélio Costa, cuja campanha para o Senado foi quase toda financiada pela sua família). Mesmo assim, ganhou os holofotes e dominou os debates no plenário na qualidade de um dos mais ardorosos defensores de Renan na sua luta contra o decoro e a ética. Ao longo dessa atuação, criou, além de muitos constrangimentos, também uma expressão. Graças a Salgado, a palavra "chinelinho" doravante poderá ser usada para se referir aos "presentinhos", "agradinhos" e outras indecenciazinhas que, na opinião do senador, o governo deve oferecer aos parlamentares em troca de votos quando o assunto o interessa. Não fosse pela votação redentora que extinguiu a CPMF, o Senado teria chegado ao fim de 2007 com a cara de Wellington Salgado.

Uma pororoca de escândalos


Ed Ferreira/AE

Catorze novos governadores assumiram o cargo em 2007. Muitos ganharam o noticiário nacional ao implementar boas medidas administrativas. A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, foi uma das que mais marcaram presença na imprensa. Mas por outros motivos. Não houve um mês sequer em que ela não figurasse em algum escândalo – de maior ou menor magnitude. Ao tomar posse, ela empregou os irmãos e um primo no governo. Flagrada, teve de demiti-los. Depois, nomeou sua cabeleireira como assessora. Ana Júlia usou um jatinho do estado para ir à formatura do filho em Minas Gerais. Descansou na Semana Santa com os assessores mais chegados na casa de praia do governo e pagou diárias de trabalho para todo mundo. Incansável, beneficiou seu namorado, presidente do aeroclube do Pará, com um contrato de 3,7 milhões de reais para treinamento de pilotos de helicóptero. Gastaria três vezes menos se treinasse todos em São Paulo. Suas estripulias deveriam ficar apenas no folclore que tanto preza – a governadora adora saracotear ao som do carimbó. Mas, em novembro, o país estarrecido tomou conhecimento de que as coisas no seu estado andam piores do que se imaginava. Descobriu-se que uma menina de 15 anos havia sido presa com trinta homens em uma delegacia do interior. Durante 24 dias, ela foi estuprada e torturada. Depois que o caso veio à tona, soube-se que, no Pará, tão comum quanto o carimbó é prender menores e trancafiar mulheres junto com homens. Enquanto Ana Júlia requebra, os paraenses dançam em mais de um sentido.