sábado, novembro 24, 2007

MILLÔR

Um autor por baixo
da carne-seca

Y ASÍ PASAN LOS DÍAS

1. Vocês ainda se lembram daquela história, edificante!, do garoto holandês que botou o dedo na rachadura do dique pra salvar sua cidade, e toda a Holanda, por que não?, de ser inundada pelas águas? Pois é. O Brasil está precisando de pelo menos um milhão desses garotos pra tapar com o dedo todas as rachaduras que estão aparecendo em nossos cofres morais. E, olha aqui – não seria também uma forma de resolver o problema dos menores abandonados? Nosso maior pobrema?

2. Estatística do IMGE (Instituto Millôr de Geografia e Estatística): 10% das mulheres dirigem admiravelmente – 90% são material de anedota.

3. Os extremos se trocam. Pouco a pouco, mesmo no mundo ocidental, a quantidade de camisetas T-shirt com retrato de Bin Laden está se aproximando da quantidade das que têm a figura de Chê Guevara. Cada oriente tem o ocidente que merece.

4. Na soma de todas as parcelas é com a subtração que se vão todos os lucros.

5. E neste parágrafo 5 quero deixar consignado que estou plenamente de acordo com companheiros que apontam a imprensa, seus editores ignorantes, sectários e prepotentes, como responsáveis por "tudo isso que está aí". Essa imprensa, afinal, digamos a palavra, solidários que somos com os esclarecidos companheiros – safada.

6. Mas é ainda a essa mesma imprensa que, por falta de ideal mais alto, de profissão mais digna, de função mais bem remunerada, continuo a servir nesta modesta (mas modesta, hein, mamita?) página da VEJA. Depois de ter feito o mesmo em exatamente duas dezenas de publicações desprevenidas – atualmente até em UOL, que ainda não concluí se é imprensa, ou apenas um ato de levitação cinética.

Pois é, alguns já repararam e me fazem justiça (embora eu mereça mesmo é misericórdia) que continuo aqui, neste local e neste espaço, neste dia e nesta hora, na mesma linha -bitola estreita- de sempre e prossigo nesta letra (estão me acompanhando?), prometendo a mim mesmo – e a vocês, ora!, ora! – não botar a boca em nenhum trombone. Pois não tenho a menor vontade de ser mais uma arcada dentária à disposição do doutor Palhares, identificada – valha o trocadalho – no livro de tombo dos que caíram sem glória.

Mas é isso aí. Fica combinado: se alguém repetir como se fosse minha qualquer coisa que afirmo, eu logo desminto. Pois em matéria de heroísmo tudo que fiz na vida foi recusar os meus 10%. Coisa, aliás, de que me arrependo muito.

7. ?.!!!!!!!!?