terça-feira, março 28, 2006

A Posse de Mantega - Clima bom, hein?

  Quanto constrangimento!!! Foi péssimo o clima da posse de Guido Mantega no lugar de Antonio Palocci no Ministério da Fazenda.

 

A cerimônia durou pouco mais de 30 minutos. Mal acabou, e o salão ficou vazio. Foi todo mundo embora correndo do Palácio do Planalto - viu como é fácil, Palocci?

 

- Isso aqui é desnecessário. Ainda mais numa situação dessas -disse o líder de um partido aliado do governo.

 

- Nossa, que clima harmonioso, não? - brincou outro líder.

 

Não havia motivos para comemorar a posse de um ministro que substitui outro acusado de participar da quebra do sigilo bancário de um caseiro que afirmou tê-lo visto numa mansão em Brasília onde a turma de Ribeirão patrocinou festas e negócios obscuros.
 
Lula não disfarçou o mau-humor. Uma caneta rabiscava a frase que foi lida pelo mestre de cerimônia o chamando para falar. Chegou a cogitar de se manter em silêncio. Mas discursou ( leia aqui). 

 

O ministro Ciro Gomes, da Integração Nacional, discutiu com jornalistas. Não aceitou responder quando foi perguntado se Palocci havia cometido um crime. Mas admitiu que ficou decepcionado com o resultado das investigações.

 

- Vou ter que pedir desculpa para muita gente pela defesa que fiz sobre algumas pessoas - disse.

 

Não era recomendável chegar perto do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do governo. O humor não era dos melhores.

 

E Dilma Roussef, da Casa Civil? Disse que hoje ficaria calada.

 

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, também não quis comentar a investigação contra Palocci.

 

Um jornalista chegou a brincar e pedir a opinião dele como advogado criminalista.

 

- Aí terei que dar uma consulta. E como ministro não posso cobrar - brincou.

 

Bastos foi um dos que consideraram traição a mentirada de Palocci sobre seu envolvimento na quebra do sigilo do caseiro. Outros ministros acharam o mesmo. E não estavam dispostos a aplaudi-lo hoje.

 

Mantega, o novo ministro, discursou. Pouca gente deu bola. Palocci falou. Chegou a dizer que guarda "profundo" respeito às leis.Alguns fingiram acreditar. Outros bateram palmas. Pura obrigação.

Enviada por: Ricardo Noblat